sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Apresentação

Grupo de Estudos Afro-Amazônicos/GEAAM UFPA:

Os estudos afro-brasileiros historicamente falando foram concentrados nos núcleos nordestinos e sulistas, boa parte dessa produção foi elaborada por estrangeiros e brasileiros filiados às principais universidades do país. Porém, em termos de Amazônia, a realidade é outra. Quase sempre esses estudos são colocados como exceções e/ou complementos as teses nordestinas e sulistas. Do mesmo modo, salvo algumas iniciativas individuais, não temos projetos integrados nem pesquisas coletivas, ou mesmo um espaço que congregue os resultados obtidos na região.

Paralelo aos estudos acadêmicos, há também iniciativas de grupos que visam a defesa de comunidades e populações, tais como: CEDENPA, Mocambo, Malungo, NRP, Afro-Religiosos e o Conselho Municipal do Negro e outras entidades, que, no entanto, tem pouquíssimo, ou nenhum diálogo, com a academia.

E, finalmente, temos que refletir sobre o acesso de jovens negros a UFPA e outras instituições de ensino existente na região. E qual o espaço efetivo que eles possuem.

Falta a UFPA um programa voltado às exigências e carências dos grupos acima citados, bem como uma ampla divulgação, um diálogo entre a pesquisa acadêmica e a militância política.

O grupo não se auto-define como de pesquisa, ou de atividade exclusivamente acadêmica, nos propomos criar uma interface entre a Universidade e a sociedade, um espaço de diálogo e de trocas de experiências. Seria a princípio esta a idéia do Grupo de Estudos que poderia ser efetivado a partir de palestras, grupos de discussão e mini-cursos. Os temas poderiam ser relações raciais na Amazônia, a política de cotas, divergências entre pesquisa e prática, etc.

A partir desta perspectiva adotada pelo grupo faz se necessário a promoção de um evento que de visibilidade ao dia 20 de novembro, dia da consciência negra, no âmbito da UFPA, para que se possa debater temas clássicos das relações raciais (Liberdade Religiosa, por exemplo), bem como as demandas sociais e educacionais relativas a esta questão, como as ações afirmativas no âmbito da educação superior.

Além de promover este debate, o grupo visa também com este evento dar visibilidade as ações do grupo para que estudantes, funcionários e professores venham a somar neste esforço por uma academia mais atenta a diversidade étnico-racial que a compõe, e assim possibilitar uma maior discussão, e ações no âmbito da pesquisa-ensino-extensão.